Por Jack Coleman
1997-05
Existem alguns "fundamentos comuns" entre
os conceitos budistas, da física quântica e da Fé Bahá'í. As ideias
budistas sobre o Onisciente, a Mente Universal, o Absoluto, a Realidade Suprema
e o "Vazio" abrangem como eles veem a
realidade. ("Ensinamentos do Buda Compassivo", pág 33,35,47,61,
103,128,167,181,194,196,199,228) Esses conceitos budistas não entram em
conflito com a física quântica nem com a Fé Bahá'í. Visto que cada
vocabulário (budista, física quântica e bahá'í) surgiu de maneira bastante
diferente, será interessante inter-relacioná-los.
O coração de todas as religiões é o relacionamento
do indivíduo com a Realidade Suprema. Durante séculos, nenhum conceito de
Deus ou Criador existiu no budismo com o mesmo significado que na maioria das
religiões ocidentais. De acordo com o budismo, a realidade final é vista
como um "vaco vazio". ("Ensinamentos do Buda
Compassivo", pág 33,35,47,61,79,167) Esta ideia do "Vazio" é
rica e produtiva, transmitindo uma ampla variedade de
significados. Existem algumas relações interessantes entre essas ideias e
conceitos budistas na física quântica e a Fé Bahá'í.
VAZIO
DO BUDISMO
Como pode o Vazio do Budismo (que às vezes é
igualado ao Buda em Sua "Forma" definitiva) ser visto? O
"Vazio" ou "Vacuidade" enfatiza o "Vazio" (Sunyata)
do Absoluto. Não pode ser descrito em termos práticos, uma vez que todos
os conceitos ou visões sobre Ele caem em autocontradição. "Vazio", entretanto, é usado para caracterizar
o Absoluto, a Realidade Última, em certos ensinamentos Mahayanistas. O Buda
em sua "Forma" definitiva é o Vazio apenas no sentido de que Ele é
manifestado pelo Vazio ou a Essência da Realidade. Ele não é o
Criador. O estado de Buda depende do Absoluto; para o Absoluto, o
Vazio ("Sunya"), o Buda diz: "Se
pelo Absoluto ["Vazio"] se entende algo fora de relação com todas
as coisas conhecidas, sua existência não pode ser estabelecida por nenhum
raciocínio conhecido. Como podemos saber algo não relacionado a outras
relações: não sabemos nada que seja ou possa estar relacionado."(Tevijja
Sutra, Ii)
O Buda pode ser considerado, como é referido em Seus
Ensinamentos, como a Mente Universal? "O
Mestre me disse: 'Todos os Budas e todos os seres sencientes nada mais são do
que a Mente Universal, além da qual nada existe. Esta Mente, que sempre
existiu, é não nascida e indestrutível'" ("Ensinamentos do Buda
Compassivo", pp 33,35,47, 61,79,167)
BUDISTA
ANULADO OU ABSOLUTO
Os budistas nos disseram que por trás desse mundo em
mudança e de suas ilusões está o Vazio Budista ou Realidade Absoluta
(Deus). De acordo com os ensinamentos budistas (e bahá'ís), é possível
evitarmos as dores causadas pelos acidentes e mudanças deste mundo. O
Senhor Buda nos aconselha a buscar o Absoluto ou o Incondicionado. Não
temos palavras amplas, entretanto, para falar desta Realidade Suprema. O
Buda discute isso em seu famoso verso na passagem Udana no Khuddaka Nikaya:
"Há, ó monges, um Não nascido,
Não-originado, Não-criado, Não-formado. Não havia, ó monges, esse Não-nascido,
Não-originado, Não-criado, Não-formado, lá não haveria fuga do mundo dos
nascidos, originados, criados, formados. Visto que, ó monges, há um Não
Nascido, Não Originado, Não Criado, Não Formado, portanto, há uma fuga dos
nascidos, originado, criado, formado. O que é dependente, isso também
se move; o que é independente não se move. Onde não há movimento, há
descanso; onde está o descanso, não há desejo; onde não há desejo,
não há vir nem ir, não deixar de ser, não vir a ser mais. Onde não há
cessar-ser, não há mais vir-a-ser, não há nem esta margem [este mundo] nem a
outra margem [Nirvana], nem nada entre eles." (Udana 8: 3; Khudda Nikaya,
em "Antologias secundárias", pág.98)
IDEIAS
BAHÁ'ÍS RELACIONADAS
Embora o Buda empregue palavras como 'Não Nascido,
Não Originado', em Seus Escritos, Bahá'u'lláh, o Profeta-Fundador da Fé Bahá'í,
usa a palavra 'Deus'. Ambos concordam, no entanto, que essas são apenas
palavras usadas como um nome para algo que nós, humanos, nunca podemos
compreender. Consequentemente, todos os esforços para interpretar esta Verdade
são apenas relativos; é concebível que mesmo afirmações contraditórias
também possam ser válidas. Quando consideramos várias abordagens para o "Não Nascido, Não Originado, Não
Criado, Não Formado", cada cultura tem uma maneira distinta de
perceber essa Realidade que pode parecer diferente. Essas diferenças são
causadas pelas limitações das mentes humanas. Esta Realidade é Uma e é
transcendente à nossa compreensão frágil de representá-la. De acordo com
Bahá'u'lláh, os Budas são as Manifestações do Absoluto ou Realidade Última
neste mundo. Cada Manifestação é a "Luz das luzes" e não em Si
mesmo apenas "outra" luz. Em relação à humanidade, entretanto,
Ele é em todos os aspectos o Absoluto.
Bahá'u'lláh afirma que a Palavra de Deus não é a
Essência de Deus. Podemos, portanto, desvendar se o Vazio de Buda se
refere ou não à Palavra de Deus ou ao Absoluto, o Desconhecido, o
Antigo. A Palavra de Deus deve ser distinguida do Absoluto (ou Realidade
Suprema). Se Deus se iguala ao Absoluto, então a Palavra de Deus não pode
se igualar ao Vazio de Buda. O Buda iguala o "Vazio" com o
Absoluto, e não com a Palavra de Deus. Em vez disso, a Palavra de Deus é
uma Manifestação do "Vazio" sempre que o "Vazio" é referido
como o Absoluto.
O conceito de todos os Budas serem encarnações da
Mente Universal é esclarecido por `Abdu'l-Bahá, o filho mais velho de
Bahá'u'lláh. Características especiais da Mente Universal encarnada como
Buda e como qualquer uma das Manifestações Sagradas de Deus são apresentadas,
quando ele afirma: "A mente divina
universal, que está além da natureza, é a generosidade do Poder Preexistente.
Esta mente universal é o divino; ele abrange as realidades existentes e recebe
a luz dos mistérios de Deus. É um poder consciente, não um poder de
investigação e de pesquisa. O poder intelectual do mundo da natureza é um poder
de investigação, e por sua pesquisa, descobre as realidades dos seres e as
propriedades das existências; mas o poder intelectual celestial, que está além
da natureza, abrange as coisas e é conhecedor das coisas, conhece-os,
compreende-os, conhece os mistérios, as realidades e os significados divinos e
é o descobridor das verdades ocultas do Reino. Este divino poder
intelectual é o atributo especial dos Santos Manifestantes e dos Alvoreceres da
profecia; um raio dessa luz incide sobre os espelhos dos corações dos
justos, e uma porção e uma parte desse poder vem a eles por meio dos Santos
Manifestantes."(Algumas Perguntas Respondidas, página 218)
Qual é a primeira coisa que emanou da Realidade
Suprema que chamamos de Deus? `Abdu'l-Bahá explica: "A primeira coisa que emanou de Deus é aquela realidade
universal, que os antigos filósofos denominaram de 'Primeira Mente' ou 'Mente
Universal', e que o povo de Bahá chama de 'Primeira Vontade [ou Palavra de Deus].
'Esta emanação, no que diz respeito à ação do mundo de Deus, não é limitada
pelo tempo ou lugar; é sem começo ou fim .... Embora a 'Primeira Mente' ou
'Mente Universal' seja sem começo, ela faz não se tornar um participante da
preexistência de Deus [Realidade Última], pois a existência da realidade
universal em relação à existência de Deus é o nada."(Algumas perguntas respondidas, página 203)
ESPAÇO
VAZIO
Demócrito disse uma vez: "Nada existe, exceto átomos e espaço vazio." Como as
forças, como a gravidade ou as forças eletromagnéticas, se estendem de um átomo
a outro através do espaço vazio intermediário? Em 1832, o físico Michael
Faraday introduziu a ideia de um "campo", a capacidade do espaço de
ser afetado pela presença de uma partícula. Um caso familiar é um ímã
comunicando sua presença a limalhas de ferro. Faraday viu o espaço ao
redor do ímã como sendo "tenso".
VÁCUO
DA FÍSICA QUÂNTICA
A física moderna, a cada passo, se depara com uma
realidade que vai além de nossa capacidade racional de descrever ou
compreender. Na física quântica, o coração da matéria nasce de um
"vazio", um "vazio", uma "sopa quântica" que só
pode ser concebida em termos semelhantes à "Base do Ser" do
místico. O que é esse "nada" que está no cerne da física do
infinitesimal e do infinito? É diferente do nada de que falam os budistas? `Abdu'l-Bahá
declara que, "existência e não
existência são relativas. Se for dito que tal coisa veio à existência a partir
da não existência, isso não se refere ao nada absoluto. Pois o nada absoluto
não pode encontrar existência, pois não tem a capacidade de existência... Portanto,
embora o mundo da contingência exista, em relação à existência de Deus ele é
inexistente e nada.” (Algumas perguntas respondidas, pág. 281)
O "vazio" ou "nada" da física
quântica é distintamente diferente do "vazio" do budismo. O
"vazio" ou "nada" da física quântica é como uma gigantesca
"flutuação no vácuo" da qual os físicos pensam que o universo
surgiu. Se Deus criou o universo a partir de um vazio ou nada, então
devemos examinar cuidadosamente as propriedades desse "vazio ou nada"
do qual nosso ser veio. O vácuo é apenas a palavra do físico para
"vazio" ou "nada". Há mais de 100 anos, esse vazio era
considerado preenchido por um meio fino e transparente chamado éter, por meio
do qual as ondas de luz e as ondas eletromagnéticas, em geral, são
propagadas. Isso parecia ser natural para os físicos, uma vez que as
ondas são geralmente observadas como vibrações de algo. Por exemplo, as
ondas sonoras são vibrações de ar, água e sólidos.
ÉTER
NÃO MENSURÁVEL
Em 1887, no entanto, os físicos Albert Michelson e
Edward Morley desenvolveram um experimento de "deriva" do éter para
tentar medir a diferença relativa na velocidade da luz enquanto o ponto de
medição se movia em direção ao sol pela manhã, bem como para longe do sol a
noite, enquanto a Terra gira em torno de seu eixo. Este experimento de
"deriva" do éter assumiu que se o espaço fosse preenchido com éter,
as medições deveriam indicar uma velocidade mais alta da luz conforme a terra
se movia através do éter em direção ao sol, bem como uma velocidade mais baixa
da luz quando a terra se movia através do éter para longe do sol. Mas
nenhuma mudança na velocidade da luz foi observada! (Einstein, Cartas)
ÉTER
DECLARADO SUPERFLUOSO
Foi Albert Einstein quem declarou que a velocidade
da luz é constante, independentemente da velocidade do observador em direção ou
longe da fonte de luz. Essa hipótese formou a base de sua teoria da
relatividade. Ele também declarou que não havia necessidade de éter, que a
luz e todas as ondas eletromagnéticas eram consideradas distúrbios semelhantes
a ondas em um campo eletromagnético existente de forma independente. O
éter foi considerado "supérfluo". Ele propôs que o éter não
existe. Por um bom tempo, poucos questionaram sua autoridade sobre o
éter. A questão, entretanto, ainda existe: como podemos ter certeza de que
não há éter? Mesmo um campo eletromagnético é uma teoria matemática
abstrata ou entidade que também não podemos observar diretamente. (Artigos
Científicos de Einstein)
A
EXISTÊNCIA DE ÉTER AFIRMADA
De acordo com `Abdu'l-Bahá, podemos categorizar as
realidades em dois tipos, sensível e objetiva ou intelectual e
abstrata. As realidades que são perceptíveis aos sentidos são realidades
objetivas ou sensíveis, ao passo que uma realidade que "não tem forma
externa e não tem lugar e não é perceptível aos sentidos" é uma realidade
intelectual ou abstrata. Muito antes da proclamação de Einstein e muito
antes dos resultados dos experimentos de Michaelson-Morley, `Abdu'l-Bahá
explicou em "Respostas a algumas perguntas" que o éter não era
mensurável. Isso não significava, entretanto, que o éter não existisse. Como
`Abdu'l-Bahá declara, "a matéria
etérea, cujas forças são ditas na física como calor, luz, eletricidade e
magnetismo, é uma realidade intelectual e não é sensível... Se desejarmos negar
tudo isso não é sensato, então devemos negar as realidades que existem
inquestionavelmente. Por exemplo, a matéria etérea não é sensível, embora
tenha existência indubitável. O poder de atração não é sensato, embora
certamente exista. Do que afirmamos essas existências? De seus
sinais. Portanto, essa luz é a vibração dessa matéria etérea, e dessa
vibração inferimos a existência do éter."(Respostas a algumas perguntas,
pág.84, 190)
AÇÃO
SOBRE "ESPAÇO VAZIO"
Como um campo de força se manifesta no vazio
intermediário? Na eletrodinâmica quântica (QED), o campo é quantizado, ou
seja, é dividido em quanta como partículas virtuais, não de matéria, chamadas
partículas mensageiras. Elas são chamadas de partículas de campo. Elas
transmitem a força viajando, à velocidade da luz, entre diferentes partículas
de matéria. Essas partículas "mensageiras" são chamadas de
fótons no QED. Outras forças, como a gravidade e as nucleares, têm seus
próprios mensageiros distintos. As partículas do mensageiro são a maneira
pela qual podemos visualizar a transmissão de forças no "espaço
vazio".
Essas partículas mensageiras também são chamadas de
partículas "virtuais" ou "fantasmas" que são continuamente
criadas e destruídas em tempos muito curtos, conforme previsto pela
eletrodinâmica quântica (QED) e que foram observadas no chamado
"vazio" ou vácuos. Isso tende a confirmar que o chamado "vazio"
da física não é realmente vazio nem vácuo, afinal, mas um mundo etéreo. O
éter é infinitesimalmente menor do que qualquer partícula conhecida ou
hipotética e realmente existe! É contínuo, tanto quanto
sabemos. Agora foi reconhecido que existem teorias nas quais os objetos
mais elementares são linhas ou loops ("cordas"), em vez de pontos. Essas
cordas também podem ser consideradas como voltas de vórtice de éter.
Partículas reais podem viajar de um ponto a
outro. Elas conservam energia. Elas clicam nos contadores
Geiger. As partículas virtuais não fazem nada disso. As partículas do
mensageiro, como transmissores de força, podem ser partículas reais, mas com
mais frequência aparecem na teoria como partículas virtuais; portanto, os
dois termos costumam ser iguais. Partículas virtuais carregam a mensagem
de força de partícula para partícula. Uma partícula virtual é uma
construção lógica da física quântica. O número desses fótons de troca
varia inversamente com o quadrado da distância entre as partículas
envolvidas. Quando você esfrega um balão e o cola no teto, ou sente o puxão
e o empurrão de ímãs, você está testemunhando os resultados dos fótons
migrantes fazendo seu trabalho de maneira invisível.
Nesta visão, o chamado "vazio" pode estar
transbordando com essas partículas fantasmagóricas: fótons virtuais, elétrons e
pósitrons virtuais, quarks e antiquarks virtuais, etc. (Um pósitron é idêntico
ao elétron, exceto que tem uma carga positiva. Um pósitron é às vezes chamado
de partícula de antimatéria, conforme previsto pela teoria quântica. Quarks são
partículas das quais prótons e nêutrons são formados. Um anti-quark é um quark
com carga igual, mas oposta). Nesse "vazio" rodopiante e energético,
as propriedades de uma partícula real também são modificadas. Felizmente, essas
modificações são muito pequenas. Mas eles são mensuráveis. Como exemplo,
considere um elétron real. Há sempre uma nuvem de fótons virtuais fugazes ao
seu redor. Estes comunicam a todo o espaço e partículas no espaço que um
elétron está presente. Essa nuvem de fótons virtuais também influencia o
comportamento do elétron. Além disso, um fóton virtual pode decair, muito transitoriamente,
em um pósitron e um par de elétrons. Em um piscar de olhos, o par está
novamente junto como um fóton.
O
VAZIO DA FÍSICA QUÂNTICA
Hoje, os físicos percebem que o caráter absoluto do
estado de vácuo ou " vazio" é muito mais complexo do que se supôs
anteriormente. (Como observamos antes, o "vazio" da física não é
o mesmo que o "vazio" ou a realidade última do budismo.) Isso pode
ser apenas a ponta do iceberg; um zoológico de partículas se aproxima e
sai desse vazio etéreo. Portanto, o éter ou "vazio" é agora um
quadro de referência para a energia, pelo menos a energia potencial. O
"vazio" está transbordando de energia e partículas. As
partículas realmente entram e saem desse vazio aparente. Essas partículas
vêm em todas as formas e tamanhos, e entram e saem da existência no tempo e no
espaço. Elas são criadas instantaneamente e, em geral, desaparecem
rapidamente, quase tão rapidamente quanto aparecem. Enquanto elas estão
longe de outra "matéria", esta jogada dentro e fora se repete
continuamente. Tanto os físicos sabem quanto os não-físicos ouvem sobre
esse balé misterioso de aparecimento e desaparecimento de multidões de
partículas de todos os tamanhos e formas. Existem regras da mecânica quântica
para essa estranheza turbulenta do chamado "vazio".
PARTÍCULAS
DE CINDERELLA
Essas partículas dançantes pegam emprestada energia
do "vazio" e a pagam quando retornam. Como as partículas de
Cinderela, elas precisam desaparecer de volta no "vazio" antes do fim
de um tempo medido por uma fração extremamente pequena de segundo, conforme
especificado pelo princípio da incerteza de Heisenberg. No entanto, se
energia suficiente for fornecida de fora, como o Príncipe gastando sua energia
em busca de sua Cinderela, então a aparência virtual e transitória pode ser
convertida em existência real, e a partícula de Cinderela vai e permanece no
castelo do Príncipe para sempre! Obviamente, quanto maior for a energia
usada para produzir uma partícula do "vazio", maior será sua massa,
mas com menos frequência ela aparecerá.
FORMAS
DE PLATÃO
Alguns físicos argumentam que as leis da natureza
surgiram com o universo. Se assim fosse, então essas leis não podem
explicar a origem do universo atual, porque as leis não existiriam até que o
universo existisse. Se essas leis existiam antes da origem do universo,
elas se tornam como as Formas perfeitas de Platão que agem como projetos para a
construção do mundo efêmero de nossas percepções. Em nossa busca pela realidade,
devemos nos voltar para o antigo problema de saber se as leis da natureza
existem em um reino platônico independente. (Platão, pág. 456-459)
Platão tinha uma visão dualista da
realidade. Um era o mundo físico, fugaz e impermanente, causado pelo
"Demiurgo". O outro era o reino das Formas ou Ideias, eternas e
imutáveis, agindo como uma espécie de modelos abstratos para o mundo
contingente da criação. Platão também considerou que os objetos
matemáticos pertencem a este reino Ideal.
FORMAS
E ATRIBUTOS
A Palavra de Deus, a Vontade Primordial, é refletida
em formas infinitas. A totalidade das Formas são os nomes criados e
atributos de Deus ocultos na Vontade Primordial. Há um paralelismo
distinto de significado entre as Formas de Platão e os nomes e atributos de
Deus. Um Criador cria por meio da Palavra de Deus a existência de
criaturas que manifestam Seus atributos. `Abdu'l-Bahá declara que: “todos os nomes e atributos de Deus
pressupõem a existência de objetos ou criaturas aos quais esses atributos foram
criaturas e nos quais se tornaram manifestos ...Como eles concedem vida, são
chamados de Vivificador; como eles provêem, são chamados de Generoso, Provedor,
como eles criam, são chamados Criador; por educarem e governarem, recebem o
nome de Senhor Deus. Isto quer dizer que os nomes divinos emanam dos eternos
atributos da Divindade."(Promulgação, p. 219)
FORMA
OU MODELADOR
Muitas das leis da física, como as conhecemos ou
não, podem ser aplicadas a algum tipo de substância primária, seja ela qual
for. O Timaeus de Platão consiste em vários argumentos que podem nos
ajudar a entender. Os escritos de Platão dizem que todas as coisas
contingentes consistem em matéria primordial, a substância primária do
universo, e uma contraparte sutil, a forma ou modelador, que limita ou modela a
substância primária em coisas específicas. (Platão, pág 456-472)
Aqui temos "matéria primária" que foi
causada pela Palavra de Deus ou (nos termos de Platão) o
"Demiurgo". O outro reino é o domínio das Formas ou Ideias,
chamadas de nomes e atributos que são eternos e imutáveis, também causados
pela Vontade Primordial de Deus. A Palavra de Deus é sua própria
causa. A Palavra de Deus é transcendente, mas a Causa da matéria primária
(chamada de recipiente) e também é a Causa da força ativa, as Formas ou
totalidade dos nomes e atributos de Deus (chamado de Modelador). A matéria
primária nunca muda suas características. Como Platão descreve: "[matéria primária] continua a receber
todas as coisas, mas nunca recebe uma impressão permanente de qualquer uma das
coisas que entram nela; é uma espécie de material plástico neutro em que as
mudanças de impressões são estampadas pelas coisas que entram
isto, fazendo com que pareça diferente em momentos diferentes. E as
coisas que entram e saem dele são cópias das realidades eternas, cuja forma
tomam de uma maneira maravilhosa que é difícil de descrever...Por enquanto,
devemos fazer uma tríplice distinção e pensar no que se torna, aquele em no
qual se torna, e o modelo ao qual se assemelha."(Platão, pág. 67-68)
CRIADOR
E CRIAÇÃO
Estritamente falando, Deus, o Criador, não pode ser
descrito em termos de atributos. Os atributos da Essência de Deus são
completa e totalmente incognoscíveis. "Quanto
aos atributos como vontade, conhecimento, poder e outros atributos antigos que
atribuímos a essa Essência Divina, esses são os sinais que refletem a
existência de seres no plano visível e não as perfeições absolutas da Essência
de Deus que não podem ser compreendidas. Como consideramos coisas
"criadas" [Alguns budistas ocidentais preferem a tradução
"feitas"], observamos perfeições infinitas. Se as coisas criadas
existem na maior regularidade, inferimos que o Criador, do qual depende a
existência desses seres, não pode ser ignorante; assim dizemos que Ele é
Onisciente. É certo que não é impotente; deve ser, então, Onipotente.” (Bahá'í
World Faith, pp 342-43)
A
PALAVRA DE DEUS É O MODELADOR
A Palavra de Deus (Mente Universal), como
`Abdu'l-Bahá declara, é a Vontade de Deus. Para os bahá'ís, é a
"Primeira Mente", a "Mente Universal", a "Vontade
Primordial", o "Comando de Deus" ou o
"Formador". O Modelador, como a Palavra de Deus, não é limitado
por tempo ou lugar; não tem começo nem fim. Visto que cada coisa
contingente deve ter uma origem, a Palavra de Deus é a Causa que precedeu o
mundo contingente, que está sendo continuamente recriado ou "refeito"
em todos os tempos. A Palavra de Deus é o mistério do homem, por meio do
qual o homem deve se aproximar de Deus.
Como Bahá'u'lláh diz em Sua Epístola da Sabedoria, o
Verbo de Deus "é mais elevado e vastamente superior àquilo que os sentidos
podem perceber, pois está santificado de qualquer propriedade ou substância.
Transcende as limitações dos elementos que conhecemos e se eleva acima de todas
as substâncias reconhecidas e essenciais. Tornou-se manifesto sem qualquer
sílaba ou som e não é, senão o Mandamento de Deus, o qual abrange todas as
coisas criadas. Nunca foi negado ao mundo da existência...Cada coisa deve ter
uma origem e, cada construção, um construtor. Em verdade, o Verbo de Deus é a
causa que precedeu ao mundo contingente - um mundo que está adornado com os
esplendores do Ancião dos Dias e, no entanto, está sendo renovado e regenerado
em todos os tempos." (Tablets pp 140-142)
O
MOLDADO E O MODELADOR
Todas as coisas são manifestadas a partir de duas
entidades: O "Moldado" e o "Modelador". O Moldado é a
substância primordial ou matéria primária. O “Modelador" é o conjunto
coletivo de nomes e atributos de Deus, a Palavra de Deus, a Realidade Interior
de todas as coisas criadas. Bahá'u'lláh menciona dois princípios inerentes
à Palavra de Deus, a força ativa e seu recipiente. Ele afirma que a força
ativa e seu recipiente "são os
mesmos, mas são diferentes. Assim, o Grande Anúncio te informa sobre esta
estrutura gloriosa. Tal como comunica a influência geradora [os atributos de
Deus, que são coletivamente um como o Modelador] e como recebem Seu impacto [matéria
primária ou o Moldado] são de fato criados através da irresistível Palavra de
Deus que é a Causa de toda a criação, enquanto além de Sua Palavra estão as criaturas
e os efeitos do mesmo."(Tablets, pp 140-2)
ATRIBUTOS
DE DEUS
`Abdu'l-Bahá qualifica os atributos de Deus dizendo:
"Deus é o Ancião, o Todo-Poderoso;
Seus atributos são infinitos. Ele é Deus porque Sua luz e Sua soberania são
infinitas. Se pudesse ser limitado a ideias humanas, Ele não seria Deus. É
estranho que, embora estas verdades sejam evidentes por si mesmas, o homem
continue a construir muros e cercas de limitação em torno de Deus, em torno de
tão gloriosa, ilimitável e infinita Divindade. Considerai os intermináveis
fenômenos de Sua criação. São infinitos; o universo é infinito." (Promulgação
pág. 274)
O Manifestante de Deus é a totalidade de todos os
nomes e atributos de Deus. Na Palavra de Deus manifestada como um
Mensageiro de Deus na terra, Bahá'u'lláh declara: "Para este Ser sutil, misterioso e etéreo, Ele atribuiu uma
natureza dupla; a física, pertencente ao mundo da matéria, e o espiritual, que
nasce da substância do próprio Deus. Ele, além disso, conferiu a Ele uma dupla
posição. A primeira, que está relacionada com a Sua realidade mais íntima, O
representa como Aquele cuja voz é a voz do próprio Deus...A segunda estação é a
estação humana, exemplificada pelos seguintes versos: 'Eu sou apenas um homem como
vós.'"(Gleanings, pp 66-67)
MATÉRIA
ETEREAL E O "VAZIO"
Quais são as conexões entre o "vazio",
éter, matéria primária, espaço e tempo? O que constitui espaço e
tempo? De acordo com a teoria da relatividade, o espaço e o tempo são
elásticos. A contração de objetos em movimento e a dilatação do tempo
decorrem disso. O campo eletromagnético também pode ser descrito como uma
curvatura, distorção ou deformação do espaço-tempo. O espaço-tempo,
segundo Einstein, é elástico e é moldado ou condicionado por vários campos ou
forças transitórias.
QUESTÃO
ETÉRICA
O éter onipenetrante atua no mundo físico como uma
realidade quântica preenchida com um número infinito de formas que fornecem
partículas reais e réis, e bancos de energia dos quais nasce massa, movimento,
carga, rotação, energia e tudo o mais. Deste éter que tudo permeia também
vem o mundo dos seres espiritualmente formados. Pelo que `Abdu'l-Bahá
disse, a matéria etérea é a substância básica e geradora de todas as coisas
criadas, tanto materiais como espirituais. Este éter, de acordo com
Bahá'u'lláh, tem "a mais próxima
semelhança com o espírito humano". (tablets, pp. 146)
Este éter, consistindo de matéria primária junto com
a força ativa que o forma, torna-se o “vazio”, o “ vazio" como uma força
invisível conhecida apenas por meio das forças que exerce, como a radiação
eletromagnética. Este éter é uma realidade eterna que é de natureza
espiritual e corresponde à substância constituinte de todas as coisas,
incluindo a do espírito humano, que é formado com todos os nomes e atributos de
Deus.
MATÉRIA
ETEREAL E O VAZIO BUDISTA
O Vazio de Buda e do Hinduísmo está além de todo
poder de palavras para explicar. Todos os grandes mestres Mahayana insistem que
este Vazio não pode ser compreendido. Em sânscrito, é chamado Sunyanta, em
japonês Ku ou Mu, em chinês, Mu. Tudo isso significa simplesmente
"Nada". (Sem trocadilhos.) A melhor fonte para saber o que pode ser
conhecido sobre ele sem uma vida inteira de Zazen é o Sutra do Coração, a forma
muito breve do Sutra Paramita. A frase-chave é: "Forma é Vazio [Vazio] e Vazio é Forma." (Suzuki, p 95)
Embora o Vazio ou Vazio Budista seja igualado ao Absoluto, isso não significa
que o Absoluto é a própria "Forma". O Absoluto na realidade não tem
forma, sem qualquer forma, nome ou atributo. Esta citação do Sutra do Coração
se refere a uma Manifestação do Absoluto, que é a totalidade das formas de
todos os tipos, tanto físicas quanto mentais.
QUESTÃO
PRIMÁRIA:
Pelas considerações feitas antes, a matéria primária
deve ser espiritual, sem forma, contínua, bem como permear todo o universo como
"parte" da "realidade interna" potencial de todas as coisas
criadas. O assunto principal é o "Antiquado" e deve ser de
natureza espiritual. A matéria primária tem potencialidades, mas não tem
forma. Ela assume forma em sua potencialidade para se tornar coisas
diferentes. O Moldador, a Palavra de Deus, está acima e separado da
matéria primária. O "moldado" é o assunto principal, que também
deve ser de natureza espiritual.
DEUS
DO ZEN BUDISMO
Em uma palestra convidado pelo Imperador do Japão, o
famoso Professor Budista Dr.Daisetz Teitaro Suzuki, escolheu doutrinas vitais
de várias seitas budistas e apresentou o que ele afirma ser a Essência do
Budismo: "A meu ver, este é o cume
do pensamento oriental desenvolvido pelas melhores mentes budistas e representa
a contribuição do Japão para a filosofia mundial...Precisamos ver Deus face a
face, para que possamos viver uns nos outros...No cristianismo, o eu não é
assertivo, e Deus está acima e além do eu. Sempre há uma nítida distinção entre
os dois, e os dois nunca se fundem. Se houver uma fusão, ela toma a forma de
fundir o eu em Deus, e Deus nunca se funde no Eu. Lá não há mutualidade entre
os dois. Nesse sentido, o cristianismo é totalmente dualista, enquanto no
budismo Deus está no mesmo nível do homem. Deus se torna homem e o homem se
torna deus. Os cristãos podem pensar que isso reflete na dignidade de Deus, mas
o budismo afirma não apenas a fusão, mas a distinção é mantida, pois a fusão
não apaga a distinção. Deus e o homem são distintos, mas fundidos mutuamente."
(Suzuki, p. 67)
UMA
NOVA RAÇA HUMANA
A simples verdade parece ser que viveram na Terra,
"aparecendo em intervalos de aproximadamente mil anos" entre os humanos
comuns, o início de outra raça. Como nos dias de Abraão, Moisés, Krishna,
Buda, Jesus, Muhammad e agora nos dias do Báb e Bahá'u'lláh, uma nova raça
humana está se manifestando ou produzida. Ela caminha pela terra e respira
o ar conosco, mas ao mesmo tempo caminha por outra terra e respira outro ar do
qual pouco ou nada sabemos. Essa revelação progressiva produz evoluções em
nossa vida espiritual, sem as quais estaríamos espiritualmente
mortos. Esta nova raça está nascendo de nós e em um futuro próximo ocupará
e possuirá a terra. Este Reino de Deus na terra está atualmente
transformando a humanidade com uma nova consciência, uma nova vida, uma nova
alma.
A Fé Bahá'í está rapidamente se tornando uma Ordem
Mundial verdadeiramente manifestada que ninguém pode parar. Este é o seu
destino. No cumprimento do Senhor Buda e outros Instrutores Divinos,
Bahá'u'lláh apareceu com a revelação de uma nova ordem mundial, equipado com os
meios essenciais para empurrar a humanidade como um todo para fora da anarquia
de preconceitos, política partidária, desunião, guerras e sofrimento humano em
uma nova esfera de realização espiritual, em um plano maior de consciência e
ação humana, baseada na aplicação universal de equidade, amor, paz e
companheirismo, devotada ao objetivo de alcançar todo o potencial da
humanidade. O Vazio Impenetrável realmente existe. Ganhar a
consciência de Sua presença por meio de Sua essência infinitamente diversa e
incrivelmente maravilhosa e perfeita é a Ciência mais verdadeira e a Religião
mais pura.
RETORNO
DO BUDA
Graças aos estudos, investigações e publicações de
Jamsheed Fosdar, (ver Fosdar) agora temos evidências suficientes sobre o tempo
e o local do maior Advento Espiritual - Ele - que sem paralelo entre quaisquer
outros requerentes, passado ou presente, cumpre os pré-requisitos descritos no
Escrituras de todas as religiões mundiais. Ele é a Abençoada Beleza,
Bahá'u'lláh, que significa a "Glória de Deus". Ele nasceu na
Pérsia. Como Gautama Buda, Bahá'u'lláh nasceu em uma família antiga e real. Seu
pai era o Ministro de Estado do Xá da Pérsia. Após a morte de seu pai, o
Xá ofereceu a Ele o cargo de Ministro de Estado de seu pai. Como Gautama
Buda, porém, Bahá'u'lláh declinou. Ele se ocupou em administrar aos pobres
e necessitados. Como o Buda, Ele também buscou direções que levariam
a humanidade a uma nova estatura de dignidade. Bahá'u'lláh ouviu falar de
um jovem comerciante na cidade de Shiraz chamado de Báb, que estava anunciando
o Advento do "Senhor da Era", que introduziria uma nova era espiritual
de Quem o Báb afirmava ser o Precursor. O Bab tem um nome árabe que
significa "a porta". O Báb era como João Batista. Ele
declarou sua religião em 1844. Assim como o Buda foi humilhado e assediado
pelos brâmanes, o Báb também foi. Como o Buda, o Báb enfrentou a ira do
clero muçulmano e dos líderes civis. Por seis anos Ele ensinou e foi
torturado, preso e finalmente martirizado junto com 20.000 de Seus
seguidores.
A única
ofensa de Bahá'u'lláh foi ter defendido o chamado do Báb a um povo dissoluto
para despertar e estar pronto para contemplar o aparecimento de um Sol
Espiritual iminente. Enquanto estava em uma prisão masmorra depois de ser
afligido por torturadores, Ele experimentou o chamado raro e misterioso em meio
a Suas agonias. Como o Buda, que experimentou a Revelação de Sua missão,
Bahá'u'lláh viu o Sol Espiritual brilhando em Seu próprio Ser. Ele era o
Buda, o Prometido do Báb e esperado por todas as religiões - o Buda
Maitrya-Amitabaha. Impotentes para destruir a vontade de Bahá'u'lláh, Seus
opressores tramaram com o Império Otomano para banir Bahá'u'lláh, primeiro para
Bagdá, depois para Constantinopla e Adrianópolis e, finalmente, para a
prisão-fortaleza de 'Akká, na Terra Santa.
REVELAÇÃO
PROGRESSIVA
Bahá'u'lláh disse que existe apenas um Deus que
educa a humanidade enviando Seus mensageiros a todos nós através dos
tempos. Esta é a revelação progressiva: Adão, Abraão, Moisés, Krishna,
Buda, Zoroastro, Jesus, Muhammad, o Báb e Bahá'u'lláh eram todos a mesma
Palavra de Deus feita carne em diferentes idades e em diferentes corpos. O
Báb e Bahá'u'lláh são os Mensageiros mais recentes.
A missão de Bahá'u'lláh é unir os povos do
mundo. O Santuário de Bahá'u'lláh fica no Vale Sharon. Conforme
profetizado em Isaías, Baha'u'llah é o retorno de Cristo na Glória do Pai, o
quinto Buda, o décimo Avatar depois de Krishna. Ele foi um prisioneiro em
confinamento solitário por muitos anos. Ele sofreu por 40
anos. Durante esse tempo, Bahá'u'lláh escreveu mais de 100 volumes para
guiar a humanidade nos próximos 1000 anos. Ainda prisioneiro, morreu em
1892 na Terra Santa. Hoje, existem mais de seis milhões de bahá'ís de
todas as nações, cores, culturas e religiões em todo o mundo.
Existem muitas profecias a respeito de Bahá'u'lláh
nos Ensinamentos Budistas. Nos livros budistas, Bahá'u'lláh é referido
como Buda Maitrya Amitabha, o quinto Buda depois de Gautama Buda. O Buda
nos mostrou onde, quando e o que procurar. Vemos em Bahá'u'lláh todos os
sinais e condições da antiga Realidade do Buda "em toda a sua plenitude e em toda a sua pureza". Todas
as declarações proféticas do Buda foram completamente cumpridas com "conhecimento perfeito dos mundos,
insuperável como educador, professor de deuses e homens, um Buda Exaltado",
o guia único para nossa era. (Fosdar, p 528)
TERMO
ADITIVO:
A luta contra a crença nos poderes dos deuses do
hinduísmo tornou-se a paixão dominante dos primeiros defensores do
budismo. Eles descobriram, no entanto, que estava além de seu escopo
alcançar uma verdadeira compreensão das alusões do Buda a respeito da Mente
Universal, a Auto-Existente, o Não-criado ou a Causa sem Causa, [Ver Udana,
80-81]. Hoje, muitos budistas "fundamentalistas", principalmente
autores ocidentais, repudiam a fé em uma Causa que permeia tudo, onisciente e
todo-poderosa para o esquema total das coisas, físicas e metafísicas - um
equívoco no qual o Buda não poderia ter desempenhado nenhum papel. Logo
após a morte do Buda, o budismo foi dividido por cismas. No final do
primeiro século, quatorze escolas de pensamento separadas sobre o significado e
o propósito dos Ensinamentos de Buda já haviam começado. Outros logo o
seguiram. Centenas de obras que reivindicam a autoridade do Buda contêm as
mais diversas e conflitantes interpretações. (Fosdar, p.183)
Em seu encaminhamento para "O Caminho do
Buda", publicado pelo governo da Índia, o líder santo, Mahatma Gandhi
aborda as conclusões feitas sobre a rejeição do Buda de um conceito absurdo de
Deus: "Já ouvi isso alegadas vezes sem número e li em livros que afirmam
expressar o espírito do budismo, que o Buda não acreditava em Deus. Na minha
humilde opinião, tal crença contradiz o fato central dos ensinamentos do Buda.
A confusão aumentou com a sua rejeição, e apenas rejeição, das coisas vis que
passaram em Sua geração sob o nome de Deus. Ele, sem dúvida, rejeitou a noção
de que um ser chamado Deus poderia ser movido pela malícia, poderia se
arrepender de Suas ações e, como os reis da terra, poderia ser aberto à
tentação e subornos, e poderia ter favoritos.
As leis de Deus são eternas e inalteráveis e não podem ser separadas do próprio Deus. É uma condição indispensável de Sua perfeição. Daí a grande confusão de que Buda não acreditava em Deus e simplesmente acreditava na lei moral. Por causa dessa confusão sobre o próprio Deus, surgiu a confusão sobre a compreensão adequada da grande palavra Nirvana. O Nirvana, sem dúvida, não é a extinção total de tudo o que há de baixo em nós, de tudo o que há de perverso em nós, de tudo o que há de corrupto e corruptível em nós. O Nirvana não é como a paz negra morta da sepultura, mas a paz viva, a felicidade viva de uma alma que é consciente de si mesma e de ter encontrado sua própria morada no coração do Eterno."
Referências:
`Abdu'l-Bahá. "Epístola do Universo",
tradução provisória do Dr. Ahang Rabbani da Epístola do Universo de
`Abdu'l-Bahá, de Makatib-i` Abdu'l-Bahá, vol 1, pp 13-32.
"Algumas perguntas respondidas" Bahá'í
Publishing Trust, Wilmette, Illinois, 60091, 1994.
"Seleções dos Escritos de` Abdu'l-Bahá,
"Bahá'í Publishing Trust, Wilmette, Illinois, 60091, 1989.
"Promulgation of Universal Peace", Bahá'í
Publishing Trust, Wilmette, Illinois, 60091, 1987.
Bahá'u'lláh e `Abdu'l-Bahá. "Bahá'í World
Faith", Bahá'í Publishing Trust, Wilmette, Illinois, 60091, 1964.
Bahá'u'lláh. "Tablets of Bahá'u'lláh",
Bahá'í Publishing Trust, Wilmette, Illinois, 60091, 1990.
"Gleanings from the Writings of
Bahá'u'lláh," Bahá'í Publishing Trust, Wilmette, Illinois, 60091, 1976. E.
A. Burtt. "Ensinamentos do Buda Compassivo", um Mentor Classic, 1955,
editado pela E.A. Burtt.
Jamsheed Fosdar. "Buddha Maitrya - Amitabha Has
Appeared," Bahá'í Publishing Trust, Bahá'í House, 6 Canning Road, New
Delhi.
Tevijja Sutra, I.i, "Digha-nikaya", uma
coleção de 34 diálogos, uma seção do Sutta-pitaka, parte do cânone Pali.
Udana 8: 3; Khudda Nikaya, tradução cf em
"Minor Anthologies".
Samyutta Nikaya, no Sutta-pitaka, "Cesta de
Discursos", parte do cânone Pali.
Platão, Volume 7, "Grandes Livros do Mundo
Ocidental", publicado pela Encyclopedia Britannica, 1952.
Einstein. "The Born-Einstein Letters", ed.
I. Born, Macmillan, Londres, 1971.
"Artigos científicos apresentados a M. Born em
sua aposentadoria", Oliver e Boyd, Londres, 1953.
Dr. Daisetz T. Suzuki. Ensaios e uma reimpressão de
"The Essence of Buddhism", uma palestra convidada para H. M., O
Imperador do Japão em abril de 1946 em "What is Zen?" Harper &
Row, 1972.
Mahatma Gandhi. "The Way of the Buddha",
publicado pelo Governo da Índia, Departamento de Publicações Indiano, 1952.
Nenhum comentário:
Postar um comentário